terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Renascimento

Renascimento


Renascimento (ou Renascença) foi um movimento cultural e simultaneamente um período da história europeia, considerado como um marco do final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Começou no século XIV na Itália e difundiu-se pela pela Europa no decorrer dos séculos XV e XVI.
Além de atingir a Filosofia, as Artes e as Ciências, o Renascimento fez parte de uma ampla gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo. Nesse sentido, o Renascimento pode ser entendido como um elemento de ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval.
O Renascimento Cultural manifestou-se primeiro nas cidades italianas, de onde se difundiu para todos os países da Europa Ocidental. Porém, o movimento apresentou maior expressão na Itália. Não obstante, é importante conhecer as manifestações renascentistas da Inglaterra, Alemanha, Países Baixos, e menos intensamente, de Portugal e Espanha.

Espírito renascentista


O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista: humanista e clássico
O Renascimento está associado ao humanismo, o interesse crescente entre os académicos europeus pelos textos clássicos, em latim e em grego, dos períodos anteriores ao triunfo do Cristianismo na cultura europeia. No século XVI encontramos paralelamente ao interesse pela civilização clássica, um menosprezo pela Idade Média, associada a expressões como "barbarismo", "ignorância", "escuridão", "gótico", "noite de mil anos" ou "sombrio" (Bernard Cottret).
O seguinte extracto de Pantagruel (1532), de François Rabelais costuma ser citado para ilustrar o espírito do renascimento:
Todas as disciplinas são agora ressuscitadas, as línguas estabelecidas: Grego, sem o conhecimento do qual é uma vergonha alguém chamar-se erudito, Hebraico, Caldeu, Latim (...) O mundo inteiro está cheio de académicos, pedagogos altamente cultivados, bibliotecas muito ricas, de tal modo que me parece que nem nos tempos de Platão, de Cícero ou Papinianus, o estudo era tão confortável como o que se vê a nossa volta. (...) Eu vejo que os ladrões de rua, os carrascos, os empregados do estábulo hoje em dia são mais eruditos do que os doutores e pregadores do meu tempo.
Fases do Renascimento
Costuma-se dividir o Renascimento em três grandes fases, correspondentes aos séculos XIV ao XVI.
Trecento
O Trecento (em referência ao século XIV) manifesta-se predominantemente na Itália, mais especificamente na cidade de Florença, pólo político, econômico e cultural da região. Giotto, Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca estão entre seus representantes.
Características gerais: rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval - valorização do individualismo e dos detalhes humanos
Quattrocento
Durante o Quattrocento (século XV) o Renascimento espalha-se pela península itálica, atingindo seu auge. Neste período atuam Masaccio, Mantegna, Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael e, no seu final, Michelangelo (que já prenuncia certos ideais anti-clássicos utilizando-se da linguagem clássica, o que caracteriza o Maneirismo, a etapa final do Renascimento), considerados os três últimos o "trio sagrado" da Renascença.
Características gerais: inspiração greco-romana (paganismo e línguas clássicas), racionalismo, experimentalismo.
Cinquecento
O Renascimento torna-se no século XVI um movimento universal europeu, tendo, no entanto, iniciado sua decadência. Ocorrem as primeiras manifestações maneiristas e a Contra reforma instaura o Barroco como estilo oficial da Igreja Católica. Na literatura atuaram Ludovico Ariosto, Torquato Tasso e Nicolau Maquiavel. Já na pintura, continuam se destacando Rafael e Michelangelo.
Ideais do Renascimenento
Podem ser apontados como valores e ideais defendidos pelo Renascimento o Antropocentrismo,o Hedonismo, o Racionalismo,Otimismo, tratamento leigo dado a obras religiosas,a valorização do abstrato, expresso pelo matemático e por noções artísticas como proporção e profundidade, Individualismo e a introdução de novas técnicas artísticas, como a pintura a óleo.
Algumas das características dos principais do Renascimento podem ser vistas aqui :
Antropocentrismo
O antropocentrismo é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, tudo no universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem.
O termo tem duas aplicações principais. Por um lado, trata-se de um lugar comum na historiografia qualificar como antropocêntrica a cultura renascentista e moderna, em contraposição ao suposto teocentrismo da Idade Média. A transição da cultura medieval à moderna é freqüentemente vista como a passagem de uma perspectiva filosófica e cultural centrada em Deus a uma outra, centrada no homem – ainda que esse modelo tenha sido reiteradamente questionado por numerosos autores que buscaram mostrar a continuidade entre a perspectiva medieval e a renascentista.
Hedonismo
O hedonismo é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, na época pós-socrática, e um dos maiores defensores da doutrina foi Aristipo de Cirene. O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
Individualismo
É um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e liberdade do indivíduo frente a um grupo, especialmente à sociedade e ao Estado. Usualmente toma-se por base a liberdade no que concerne a propriedade privada e a limitação do poder do Estado. O individualismo em si opõe-se a toda forma de autoridade, ou controle sobre os indivíduos; e coloca-se como antítese do coletivismo. Conceituar o individualismo depende muito da noção de indivíduo, que varia ao longo da história humana, e de sociedade para sociedade.
Não se deve confundir o individualismo com o egoísmo. É compatível com o individualismo permanecer dentro de organizações, desde que o indivíduo e sua opinião seja preponderante.
Embora, na prática, geralmente exista uma relação inversa entre individualismo e o tamanho de um Estado ou organização.
Otimismo
Otimismo se caracteriza por ser uma forma de pensamento. É sinônimo de pensamento positivo, ou seja, uma pessoa otimista é uma pessoa que vê as coisas pelo lado bom. O otimismo é a posição contrária a do pessimismo.
No Renascimento ele significa poder fazer tudo sem nenhuma restrição e abertura ao novo.
Racionalismo
O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio que é a operação mental, discursiva e lógica. Este usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a idéia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo.
Artes
A obra renascentista tem, em geral, mais movimento que as figuras medievais anteriores.
Pintura do Renascimento
Arquitetura do Renascimento
Chama-se de Arquitetura do Renascimento ou renascentista àquela que foi produzida durante o período do Renascimento europeu, ou seja, basicamente, durante os séculos XIV, XV e XVI. Caracteriza-se por ser um momento de ruptura na História da Arquitetura em diversas esferas: nos meios de produção da arquitetura; na linguagem arquitetônica adotada e na sua teorização. Esta ruptura, que se manifesta a partir do Renascimento, caracteriza-se por uma nova atitude dos arquitectos em relação à sua arte, passando a assumirem-se cada vez mais como profissionais independentes, portadores de um estilo pessoal. Inspiram-se, contudo, na sua interpretação da Antiguidade Clássica e em sua vertente arquitetônica, considerados como os modelos perfeitos das Artes e da própria vida. É também um momento em que as artes manifestam um projeto de síntese e interdisciplinaridade bastante impactante, em que as Belas Artes não são consideradas como elementos independentes, subordinando-se à Arquitetura. A arquitetura do Renascimento está bastante comprometida com uma visão-de-mundo assente em dois pilares essenciais: o Classicismo e o Humanismo. Além disso, vale lembrar que, ainda que ela surja não totalmente desvinculada dos valores e hábitos medievais, os conceitos que estão por trás desta arquitetura são os de uma efetiva e consciente ruptura com a produção artística da Idade Média (em especial com o estilo gótico). Através do Classicismo, os homens do Renascimento encaravam o mundo greco-romano como um modelo para a sua sociedade contemporânea, buscando aplicar na realidade cotidiana aquilo que consideravam pertencer ao mundo das idéias. Neste sentido, a arquitectura passou a, cada vez mais, tentar concretizar conceitos clássicos como a Beleza, acreditando que a canonização e o ordenamento estabelecido pelos arquitectos da Antiguidade Clássica constituiam o caminho correto a ser seguido a fim de alcançar este mundo ideal. Sabendo que os valores clássicos, do ponto de vista do Cristianismo, dominante no período (e lembrando que o Renascimento surge na Itália, região da Europa onde a influência do Vaticano é a mais visível), eram considerados pagãos e objetos de pecado, o Renascimento também se caracterizou pela integração do projeto de mundo cristão com a visão de mundo clássica. A Natureza era vista como a criação máxima de Deus, o elemento mais próximo da perfeição (atingindo, portanto, o ideal de Perfeição procurado pela estética Clássica). Assim, a busca de inspiração nas formas da Natureza, tal qual propõe o Clássico, não só se justifica como passa a ser um valor em si mesmo.
Literatura do Renascimento
A literatura do Renascimento deu destaque à personalidade individual. Novas formas, como os ensaios e as biografias, tornaram-se importantes. A maior parte da literatura medieval fora escrita em Latim. Os escritores do Renascimento começaram a adotar línguas vernáculas, como o francês e o italiano.
Gastronomia
Servir refeições criativas e bonitas passou a ser uma obrigação. Foi quando começaram a aparecer livros de culinária. A carne de caça era coberta com molhos finos e as sopas, que podiam ser de cebola, de favas, peixe ou mostarda, viraram moda. Em fins do século XVI, cozinheiros e massageiros italianos espalharam-se pelo mundo, divulgando essa arte.
Propagação do Renascimento
Na Itália
A localização da Itália, às margens do Mar Mediterrâneo transformou o país em importante centro de comércio. Muitas cidades se tornaram ricas. Um nova classe média, com comerciantes e banqueiros, assumiu o poder. Esses homens encorajaram o desenvolvimento da arte e do saber.
Em Portugal
Os testemunhos mais reais da vida cultural nos meados do séc. XIV são as crónicas de Fernão Lopes, o Leal Conselheiro, o nascimento do estilo manuelino e a origem da escola de pintura portuguesa, que tem como obra mais notável o político das Janelas Verdes. São obras muito diferentes entre si, mas com características comuns: o sentido da complexidade e a originalidade. São manifestações portuguesas, e não adaptações de correntes estrangeiras. Pode, com base nelas, falar-se num renascimento quatrocentista português.
O número de livros não é grande, no século XV escreveu-se muito menos que no século XIV.
Movimento Anti-Renascentista ou Maneirismo
O Maneirismo ou Anti-Renascimento foi uma fase datada como a transição do Renascimento para o Barroco. Alguns historiadores preferem ver o Maneirismo não como uma fase mas sim como um estilo de arte; seu início é evidente quando o Renascimento entra em decadência. Já em busca de novas fontes de criação, muitos artistas apelam para o aperfeiçoamento de seus traços, uma característica evidente deste estilo, que mais tarde passa para o Barroco. Contudo, a Igreja se regenera e começa a ganhar espaço entre as artes daquele tempo, fazendo com que muitos trabalhos sejam inspirados na Igreja e em Deus, mas, mesmo assim, a figura do homem não foi descartada como o centro do pensamento. Com o fim do Renascimento, muitos artistas e escritores deixam de ser evidentes, pois o maneirismo, além de buscar formas perfeitas, tenta representar o mundo com estranhas formas e contrastes e de maneira pessimista. Muitas palavras e representações do Anti-Renascimento são feitas por meio de antíteses, paradoxos e metáforas, formas que escondem as representações do real por meio do irreal ou outras características.
Devido ao grande sucesso nos séculos XV e XVI, se originou posteriormente ao Anti-Renascimento o movimento Barroco, que se espalhou tardiamente à Europa. Depois, Pedro Álvares Pereira fez com que o espírito renascentista sobrevivesse por muito mais tempo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento
Leia Mais: SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 16ª ed., São Paulo: Atual, 1994

Questões

1- (FGV) “Nunca uma civilização dera tão grande lugar à pintura e à música, nem erguera ao céu tão altas cúpulas, nem levara ao nível da alta literatura tantas línguas nacionais encerradas em tão exíguo espaço. Nunca no passado da humanidade tinham surgido tantas invenções em tão pouco tempo. Pois o Renascimento foi, especialmente, progresso técnico; deu ao homem do Ocidente maior domínio sobre um mundo mais bem conhecido. Ensinou-lhe a atravessar os oceanos, a fabricar ferro fundido, a servir-se das armas de fogo, a contar as horas com um motor, a imprimir, a utilizar dia a dia a letra de câmbio e o seguro marítimo”. DELUMEAU, Jean, A Civilização do Renascimento, vol. 1, p. 23.
A respeito do Renascimento é correto afirmar:
a)O termo foi criado no século XVI por Giorgio Vasari e transmite uma visão depreciativa da cultura clássica e valorativa da cultura medieval.
b) As alterações culturais experimentadas durante o Renascimento limitaram-se a questões estéticas, completamente divorciadas das transformações sociais, políticas, religiosas e econômicas do período.
c) Cenas do Antigo Testamento, episódios da vida de Jesus, retratos de santos e mártires compunham os principais temas da arte renascentista, evidenciando uma perspectiva teocêntrica de valorização do sagrado.
d) A propagação da cultura renascentista esteve articulada ao impulso das atividades mercantis e ao desenvolvimento da imprensa, que possibilitou a difusão em maior escala das obras literárias.
e) O Renascimento desenvolveu-se após a expansão industrial européia e motivou uma atitude nostálgica com relação aos paraísos tropicais que passaram a ser retratados nas obras literárias, nas pinturas e nas composições musicais.


2- Ao estudar o Renascimento, o historiador Jean Delumeau considerou que o mesmo passa pela “crítica do pensamento clerical da Idade Média, pela recuperação demográfica, pelos progressos técnicos, pela aventura marítima, por uma estética nova, por um cristianismo reelaborado e rejuvenescido. O regresso às fontes da beleza, do saber e da religião foi apenas um meio de progredir”. (Jean Delumeau, A Civilização do Renascimento.)

A imagem mostrada nesse exercício deve ser relacionada a qual das alternativas?
a) Ao afresco A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio, um dos mestres da pintura do Renascimento.
b) É aspecto da tela A Adoração do Cordeiro, do pintor Van Eyck, um dos grandes expoentes do Renascimento flamengo.
c) Ao afresco pintado por Ticiano, considerado como o grande artista de Veneza.
d) Ao pintor Giotto, considerado um dos precursores da pintura renascentista e ao seu renomado trabalho Cenas da Vida de Cristo.
e) Ao trabalho de Michelangelo, conhecido como Juízo Final, afresco pintado na Capela Sistina.

3- (MACK) Muitos artistas e filósofos do Re-nascimento escreveram sobre a natureza e o seu valor para a arte, mas nenhum foi tão bom observador como Leonardo da Vinci. A prova, tanto da sua curiosidade insaciável como de seu entendimento profundo da natureza, pode encontrar-se nos seus muitos desenhos e livros de notas.
Dentre as principais características do movimento denominado Renascimento Cultural, encontradas nas obras de Leonardo da Vinci, podemos destacar:
a) o bidimensionalismo estético e a desvalorização do ser humano.
b) o naturalismo e o geocentrismo.
c) o antropocentrismo e o humanismo.
d) o teocentrismo e o uso de conceitos irracionais abstratos.
e) a arte humanista e a ausência da perspectiva linear.

4- (UNICAMP) Para as artes visuais florescerem no Renascimento era preciso um ambiente urbano. Nos séculos XV e XVI, as regiões mais altamente urbanizadas da Europa Ocidental localizavam-se na Itália e nos Países Baixos, e essas foram as regiões de onde veio grande parte dos artistas. (Adaptado de Peter Burke, O Renascimento Italiano.SãoPaulo:NovaAlexandria, 1999, p. 64).
a) Cite duas características do Renascimento.
b) De que maneiras o ambiente urbano propiciou a emergência desse movimento artístico e cultural?
c) Por que as regiões mencionadas no texto eram as mais urbanizadas da Europa nos séculos XV e XVI?

5- (VUNESP) Um peso colossal de estupidez esmagou o espírito humano. A pavorosa aventura da Idade Média, essa interrupção de mil anos na História da civilização. (Ernest Renan. Reminiscências da infância e da mocidade, 1883.)
a) Explique a origem, no Renascimento, do termo Idade Média.
b) Forneça dois exemplos de natureza cultural que contradizem o juízo do autor sobre o período medieval.

6- “As ordens já são mandadas, já se apressam os meirinhos. Entram por salas e alcovas, relatam roupas e livros: (...) Compêndios e dicionários, e tratados eruditos sobre povos, sobre reinos, sobre invenções e Concílios... E as sugestões perigosas da França e Estados Unidos, Mably, Voltaire e outros tantos, que são todos libertinos...” (Cecília Meireles, “Romance XLVII ou Dos Seqüestros”, Romanceiro da Inconfidência.)
A referência “Compêndios e dicionários, / e tratados eruditos” no século XVIII nos sugere uma clara valorização do conhecimento científico, postura que também se verifica no período conhecido como Renascimento. Contribuíram para eclosão deste amplo movimento cultural na Europa:
a) a unificação da Itália e o enfraquecimento da Igreja Católica.
b) as descobertas científicas e a revolução industrial na Inglaterra.
c) o fortalecimento das burguesias e o desenvolvimento dos centros urbanos.
d) a Contra-Reforma e a fragmentação do poder político dos soberanos.
e) a expansão marítima e a hegemonia árabe na península Ibérica.

7- A arte do Renascimento é chamada de:
a) barroca, e se inspira no gótico e no românico.
b) romântica, e se inspira na natureza.
c) maneirista, e se inspira na objetividade.
d) realista, e se inspira na subjetividade.
e) clássica, e se inspira no mundo greco-romano.

8- Em 1566, Copérnico anunciava, em sua obra Sobre as revoluções das órbitas celestes:
“[...] no primeiro livro descrevo todas as posições dos astros, assim como os movimentos que atribuo à Terra, a fim de que este livro narre a constituição geral do Universo”. (Adaptado de José Gaos, História de nuestra idea del mundo. Fondo de Cultura Económica, 1992, p. 146.)
a) Em que a obra de Copérnico significou uma revolução na forma como se via o mundo comparada à da Idade Média?
b) Como o telescópio, inventado por Galileu em 1610, ajudava a confirmar as teses de Copérnico?
c) Relacione o estudo da astronomia com as grandes navegações desse período.


9- No campo científico e matemático, o processo da investigação racional percorreu um longo caminho. Os Elementos de Euclides, a descoberta de Arquimedes sobre a gravidade, o cálculo por
Eratóstenes do diâmetro da terra com um erro de apenas algumas centenas de quilômetros do número exato, todos esses feitos, não seriam igualados na Europa durante 1500 anos”.
Moses I. Finley. Os gregos antigos
O período a que se refere o historiador Finley, para a retomada do desenvolvimento científico, corresponde
a) ao Helenismo, que facilitou a incorporação das ciências persa e hindu às de origem grega.
b) à criação das universidades nas cidades da Idade Média, onde se desenvolveram as teorias escolásticas.
c) ao apogeu do Império Bizantino, quando se incentivou a condensação da produção dos autores gregos.
d) à expansão marítimo-comercial e ao Renascimento, quando se lançaram as bases da ciência moderna.
e) ao desenvolvimento da Revolução Industrial na Inglaterra, que conseguiu separar a técnica da ciência.

10- Valendo-se de seus conhecimentos sobre o renascimento, responda:
a) Onde surgiram as primeiras manifestações renascentistas? Justifique sua resposta.
b) Explique quem eram os mecenas e qual a importância destes para o Renascimento.


11- Durante o Renascimento, houve um notável desenvolvimento da produção literária, além das artes plásticas. Indique a alternativa em que obra e autor estão corretos: (1,0 ponto)
a) O Príncipe - Shakespeare
b) Dom Quixote - Miguel de Cervantes
c) Os Lusíadas - Erasmo de Rotterdan
d) Hamlet - Dante Alighieri
e) Utopia - François Rabelais

12- As principais características do Renascimento foram: (1,0 ponto)
a) teocentrismo, realismo e intensa espiritualidade;
b) romantismo, espírito crítico em relação à política, temas de inspiração exclusivamente naturalistas;
c) ausência de perspectiva e adoção de temas do cotidiano religioso, tendo como foco apenas os valores espirituais;
d) uso de temas ecológicos evidenciando a preocupação com o meio ambiente, execução de variados retratos de personalidades da época.
e) antropocentrismo, humanismo e inspiração greco-romana.

13- "Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio, tão vário na capacidade; em forma o movimento, tão preciso e admirável; na ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais."
(SHAKESPEARE, William. HAMLET.)
O valor renascentista expresso nesse texto é (1,0 ponto)
a) o cientificismo.
b) o hedonismo.
c) o humanismo.
d) o individualismo.
e) o racionalismo.

14- "Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, sem dúvida o livro. Os demais são extensão do seu corpo... Mas o livro é outra coisa, o livro é um extensão da memória e da imaginação." Jorge Luís Borges - El Libro
“A imprensa virou tudo de pernas para o ar, visto que, ao baratear o custo da edição do livro, tornou possível a que milhões de pessoas pudessem usufruir do seus conteúdos. Isto mudou para sempre a vida na Terra”. Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2004/10/29/000.htm
Valendo-se dos artifícios acima, responda:
a) Quem inventou a imprensa?
b) Como a imprensa contribuiu para o renascentismo?

15- (FGV) A revolução cultural renascentista expressa um conjunto de mutações históricas. Esclareça a importância das cidades e dos mecenas para o Renascimento na Itália.


16- Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis pois que "os fins justificam os meios." Professou suas idéias na famosa obra:
a) "Leviatã"
b) "Do Direito da Paz e da Guerra"
c) "República"
d) "O Príncipe"
e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras"

17- ( UNICAMP) "Renascimento é o nome dado a um movimento cultural italiano e às suas repercussões em outros países. Caracteriza-se pela busca da harmonia e do equilíbrio nas artes e na arquitetura acrescentando aos temas cristãos medievais outros temas inspirados na mitologia e na vida cotidiana."
(DICIONÁRIO DO RENASCIMENTO ITALIANO, Zahar Editores, 1988)
Em que momento da história européia se situa esse movimento e qual a principal fonte de inspiração para os intelectuais e artistas renascentistas?

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Resumão de Brasil Republicano

História do Brasil: A República

De 1889 a 1930


A República dos Marechais (Espada)


O Governo Provisório de Deodoro da Fonseca revelou as divergências entre o Exército e o P.R.P.; o Ministro da Fazenda Rui Barbosa adotou uma política emissionista baseada em créditos livres aos investimentos industriais, garantidos pelas emissões monetárias. Os latifundiários defendiam prioridade para a agroexportação. A especulação financeira desencadeada, a inflação e os boicotes através de empresas-fantasmas e ações sem lastro desencadearam, em 1890, a Crise do Encilhamento.
A Constituição de 1891 foi promulgada pela Constituinte que elegeu o Marechal Deodoro Presidente. Seu governo, no entanto, não durou os quatro anos previstos. Pressionado pela crise, por adversários e aliados, Deodoro decretou estado de sítio e dissolveu o Congresso em 3 de novembro do mesmo ano. Vinte dias depois, num contra-golpe, foi deposto pelos militares.Assumiu o vice-presidente Floriano Peixoto; seu governo enfrentou, em 1893, a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada. A primeira contrapôs “Pica-Paus” e “Maragatos” pelo governo gaúcho; a segunda foi a última tenta-tiva sangrenta de restauração da monarquia no Brasil. A repressão a ambas valeu a alcunha de “Marechal de Ferro” ao presidente Floriano.


A República dos Coronéis (Oligárquica)


Prudente de Morais, eleito pelo voto direto, foi o primeiro presidente civil. Teve seu governo marcado pela guerra de Canudos, em 1896/97. Mas coube aos sucessores Campos Sales e Rodrigues Alves a montagem do regime das oligarquias. O primeiro renegociou a dívida externa através do Funding Loan, em 1898, e o segundo estabeleceu a política de valorização do café pelo Convênio de Taubaté (1906). Fixavam-se os tempos da hegemonia dos cafeicultores. Com o “voto de cabresto” os coronéis dominavam as clientelas rurais e manipulavam as eleições; a política dos governadores consagrava a troca de apoio entre o governo federal e as oligarquias estaduais e tudo isso viabilizava a política do café com leite, ou seja, o domínio federal pelos cafeicultores de São Paulo e de Minas Gerais. As difíceis condições de vida e a marginalização política impostas à maioria dos brasileiros explicam genericamente as principais revoltas que abalaram a I República. Assim, os movimentos messiânicos de Canudos (1896-97) e do Contestado (1911-15), as revoltas da Vacina (1904) e da Chibata (1910), na Capital, e a Greve Geral de 1917 eram sintomas dos problemas sociais da época.


A Revolta dos Tenentes


Forte de Copacabana Somente nos anos vinte amadureceram as contestações organizadas contra o café com leite e sua política de socialização das perdas do café. Em 1922, a Semana de Arte Moderna pôs a contestação na ordem do dia: a Reação Republicana lançou Nilo Peçanha contra Artur Bernardes, candidato do regime; no dia 25 de março foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB). Após a I Guerra Mundial, o Clube Militar voltou a ser o articulador político. O Tenentismo se expôs, então, como principal ameaça à hegemonia coronelista. Era um movimento essencialmente militar, elitista e reformista, além de ideologicamente heterogêneo. Manifestou-se primeiro no episódio da Revolta dos 18 do Forte Copacabana, em 1922. Depois fez de São Paulo um campo de batalha na Revolução de 1924 e viveu seu apogeu na marcha da Coluna Prestes pelo país, entre 1924 e 1927.

Forte de Cobacana

Eram intelectuais, artistas, operários e até latifundiários e militares se organizando. A vanguarda tenentista sabia bem o que não queria, sonhava com reformas sociais, políticas e econômicas, mas não tinha clareza de como executá-las. Foi, assim, útil braço armado na Revolução de 1930.De 1930 a 1945


A Revolução de 1930


“Problema de salário é caso de polícia”: esta frase do Presidente Washington Luiz ilustra bem a visão das oligarquias agrárias sobre as questões sociais. “Façamos a revolução antes que o povo a faça”, clamor do governador mineiro Antônio Carlos prenunciando o fim da 1ª República. Era 1930. As oligarquias dissidentes do regime uniram-se na Aliança Liberal e lançaram Getúlio Vargas à presidência contra o candidato do PRP, Júlio Prestes. A derrota de Getúlio aproximou-as dos tenentistas e o assassinato de João Pessoa, vice na chapa da Aliança Liberal, desencadeou a prepara-ção do golpe final. Em 3 de outubro, começou a revolta e no dia 24, Washington Luís foi deposto. Iniciava-se a Era Vargas.A República de VargasA ditadura de Vargas criou o Ministério do Trabalho, os sindicatos urbanos e sua imagem de “pai dos pobres”. A política econômica da nova era caminhou sobre duas pernas: a queima do café e a industrialização. Assim, nasceu o populismo de Getúlio: um regime baseado no Estado paternalista, nos sindicatos atrelados, numa políticia trabalhista e em projetos nacionalistas.Mas em São Paulo, o Movimento Constitucionalista de 1932 exigiu a Assembléia Constituinte. A 23 de maio, a morte de quatro jovens (Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo), numa manifestação, gerou o M.M.D.C. e a mobilização para a guerra. Entre 9 de julho e 1º de outubro, travou-se o confronto militar. E a vitória federal gerou a Constituinte de 1933.Na promulgação da Constituição de 1934, Vargas foi eleito indiretamente presidente da República Nova. A época era de radicalização. Surgiram a Ação Integralista Brasileira e a Aliança Nacional Libertadora, representando respectivamente a vertente nacional do fascismo e uma frente anti-fascista. A cassação da A.N.L. gerou a Intentona Comunista de 1935 e a repressão. Em 1937, uma falsa conspiração comunista, o Plano Cohen, gerou o pretexto para o golpe de 10 de novembro: as eleições foram canceladas e o Congresso fechado.O Estado NovoO Brasil declara guerra àAlemanha e ItáliaAGORA NÓS !Juca Pato - Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que eu vou ! A Constituição “Polaca” de 1937 foi outorgada e instituiu um regime nacionalista autoritário, baseado no corporativismo “pelego”. Os sindicatos atrelados, a burguesia industrial e as forças armadas sustentavam a ditadura. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e a Polícia Especial garantiam o controle social. A industrialização priorizou o setor de base, através de em-presas estatais montadas com financiamentos norte-americanos. O apoio do Brasil aos Aliados na II Guerra Mundial permitiu a industrialização pesada, mas custou o poder a Getúlio. Afinal, os mesmos militares que sustentavam a ditadura aqui foram mobilizados na luta contra o fascismo lá. O envio da Força Expedicionária Brasileira (FEB) à Itália gerou a redemocratização, que derrubou um dos pilares do tripé de apoio do Estado Novo. Em 1945, Getúlio concedeu a anistia política, viu surgirem novos partidos e convocou a Constituinte. Organizou o Movimento Queremista para apoiá-lo. Mas a conjuntura mundial desfavorável aos regimes ditatoriais e as pressões internas, civis e militares (contra o ultra-nacionalismo getulista) o levaram à renúncia no dia 29 de outubro. Morreu o Estado Novo, mas não o populismo getulista.De 1945 a 1964


A República Populista

A Constituinte de 1946 abriu a polêmica questão do desenvolvimento. O Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) defendia o nacionalismo radical, seu aliado Partido Social Democrático (PSD) advogava o desenvolvimentismo, enquanto a anti-populista União Democrática Nacional (UDN) preferia o desenvolvimento associado aos investimentos estrangeiros maciços no país.No início da Guerra Fria, o governo Dutra cassou o PCB, legalizado em 1945, e fundou a Escola Superior de Guerra. Seu Plano SALTE estabeleceu saúde, alimentação, transportes e energia como prioridades de desenvolvimento, mas empréstimos e importações deram o tom de sua gestão.De volta ao poder pelo voto direto, Getúlio Vargas fundou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) com a função de gerenciar os investimentos nas empresas estatais. Para enfrentar a feroz oposição da UDN, liderada pelo deputado e jornalista Carlos Lacerda, os aliados do governo promoveram a campanha de “o petróleo é nosso”, em 1953. Com a vitória e a fundação da Petrobrás, Vargas tinha forças para prosseguir seu projeto nacionalista. Na noite de 5 de agosto de 1954, seu inimigo Lacerda sofreu o atentado da rua Tonelero, em que morreu o Major Vaz, da FAB. Acusado de responsabilidade no crime e sem condições de enfrentar a crise, Getúlio suicidou-se na manhã de 24 de agosto. A Era DesenvolvimentistaA morte de Getúlio Vargas gerou tensão nas eleições pro-movidas pelo presidente Café Filho. A vitória de Juscelino Kubi-tschek (PSD) e João Goulart (PTB) foi contestada pela UDN. Em novembro de 1955, o Ministro da Guerra, General Lott, mobilizou o exército para garantir a posse de JK e Jango.Dali nasceu o último governo estável do regime. JK tinha apoio dos dois maiores partidos e dos militares e pôde pôr em prática seu Plano de Metas desenvolvimentista. O slogan “50 anos em 5” orientou os investimentos em transportes, energia e indústria pesada. A indústria automobilística, a criação da SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste) e a construção da nova capital, em Brasília, cimentaram a popularidade de JK.Mas o lado bom do crescimento econômico não encobriu os problemas resultantes do programa desenvolvimentista. A multiplicação da dívida externa, o disparo da inflação e a desnacionalização de setores da economia contribuíram para a derrota da dobradinha PSD-PTB nas eleições presidenciais de 1960. O Plano de Metas mostrou que não pode haver desenvolvimento sem crescimento econômico mas o contrário parece possível.A Crise do PopulismoJânio Quadros, o candidato do “tostão contra o milhão”, teve uma ascensão meteórica na política. De vereador a presidente, explorou sempre seu formidável carisma como paladino da ho-nestidade e da austeridade contra a corrupção. Com sua exótica vassoura moralista, chegou ao poder desprezando partidos e programas. Postura autoritária que lhe custou caro. Diante das dívidas internas e externas herdadas do governo anterior, optou por uma política eqüidistante de comércio exterior. Pretendia estabelecer relações com países socialistas em plena Guerra Fria. Chocou-se frontalmente com a UDN, que o apoiara, e com os militares. A 25 de agosto de 1961, renunciou.A renúncia de Jânio gerou uma crise entre os militares contrários e os favoráveis à posse do vice João Goulart. A saída conciliatória foi o Parlamentarismo. Três Primeiros Ministros tentaram enfrentar a situação econômica agravada por greves e boicotes. No plebiscito de 1963, a República voltou ao Presidencialismo. Jango passou, então, à ofensiva contra a inflação, com o Plano Trienal. Propôs um amplo programa de reformas de base (agrária, tributária, educacional, etc.) e procurou limitar as remessas de lucros das empresas estrangeiras. Em resposta, as conspirações antipopulistas uniram militares, empresários do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES) e do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), a UDN e a Agência Central de Inteligência (CIA) e culminaram no Golpe Militar de 1964.De 1964 a 1984



A República dos Generais


O governo Castelo Branco instaurou a “nova ordem” e construiu os alicerces do “milagre” brasileiro. Criou o Conselho de Segurança Nacional e o Serviço Nacional de Informações para a repressão às oposições. Em seguida, instituiu o Banco Nacional da Habitação e o Instituto Nacional de Previdência Social para resgatar apoio das classes médias. Depois, através do Banco Central e do P.A.E.G. (Programa de Ação Econômica do Governo), abriu a economia ao capital estrangeiro, aumentou investimentos estatais e arrochou salários. Finalmente, extinguiu os partidos políticos com o AI-2 (Ato Institucional Nº 2), gerando a Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Quando foi “promulgada” a Constituição de 1967, a “linha dura” militar passou a controlar o poder, com o Marechal Costa e Silva.Sem sindicatos livres, sem partidos e com a imprensa cala-da, as últimas trincheiras da oposição eram os estudantes, alguns religiosos e artistas. Em 1967, Jango, JK e (pasmem!) Carlos Lacerda tentaram articular a Frente Ampla de oposição. As agitações estudantis fizeram a cara de 1968 e a resposta foi o Ato Institucional Nº 5 (AI-5). A ditadura abria os “anos de chumbo”.A Era do MilagreO General Médici, terceiro presidente militar, impôs o 1º P.N.D. (Plano Nacional de Desenvolvimento), sob orientação da Escola Superior de Guerra. A acumulação de capital foi realizada através de investimentos estrangeiros e estatais. O arrocho salarial garantiu mão-de-obra barata. A repressão calou as oposições e as esquerdas armadas. Era a política de “segurança e desenvolvimento” para “fazer o bolo econômico crescer”, como dizia o Ministro Delfim Netto. “Brasil, ame-o ou deixe-o” era a propaganda ufanista do país tri-campeão de futebol.Enquanto isso, a inflação fugia ao controle, a dívida externa explodia e a renda se concentrava. Em 1974, o MDB recebeu uma avalanche de votos nas eleições legislativas. A Guerra do Vietnã acabou e o apoio externo às ditaduras também. Começou, então, a distensão política do governo Geisel, que culminou no fim do AI-5, em dezembro de 1978.O governo do General João Figueiredo foi o da abertura “lenta, gradual e segura”, planejada por Geisel. A reforma partidária criou o Partido Democrático Social (PDS), oriundo da ARENA, o PTB, o PMDB, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o PDT (Partido Democrático Trabalhista). As oposições levantaram a campanha das diretas-já, em 1984. Derrotada a mobilização popular, formou-se a Aliança Democrática que, com Tancredo Neves, derrotou o candidato do PDS, Paulo Maluf. Era o fim do regime militar, agora desnecessário.
A República Neoliberal Tancredo Neves morreu e José Sarney, ex-presidente do PDS, assumiu a presidência. Em fevereiro de 1986, surpreendeu o país com o Plano Cruzado. Uma nova moeda substituiu o cruzeiro, os preços foram “congelados” e a moeda, valorizada. O governo prorrogou o congelamento de preços até 15 de novembro, para garantir sua vitória nas eleições constituintes. Conseguiu, mas a liberação imediata do mercado fez a inflação explodir.A Constituição de 1988, a mais democrática da nossa história, deu no entanto ao governo o expediente das medidas provisórias. Nas eleições de 1989, um personagem novo emergiu na política nacional: Fernando Collor elegeu-se presidente batendo Luís Inácio da Silva, um operário sindicalista do PT. Chocou a população com a volta do cruzeiro e o confisco das poupanças em nome da estabilização financeira. Acusado de corrupção num processo de impeachment, renunciou e teve seus direitos políticos cassados.Seu vice, Itamar Franco, com o Ministro da Fazenda Fer-nando Henrique Cardoso aplicou o Plano Real em 1994. Ancorado nos dólares das reservas cambiais, o Real estabilizou os preços e permitiu ao governo acelerar o programa de privatizações de empresas estatais. Isso valeu ao ministro FHC a eleição para a presidência e a posterior reeleição, em 1998.

__________________________________________________________________
Resumão de História do Brasil
Parte III: Brasil Republicano


Prof Daniel
Sorriso