Renascimento
Renascimento (ou Renascença) foi um movimento cultural e simultaneamente um período da história europeia, considerado como um marco do final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Começou no século XIV na Itália e difundiu-se pela pela Europa no decorrer dos séculos XV e XVI.
Além de atingir a Filosofia, as Artes e as Ciências, o Renascimento fez parte de uma ampla gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo. Nesse sentido, o Renascimento pode ser entendido como um elemento de ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval.
O Renascimento Cultural manifestou-se primeiro nas cidades italianas, de onde se difundiu para todos os países da Europa Ocidental. Porém, o movimento apresentou maior expressão na Itália. Não obstante, é importante conhecer as manifestações renascentistas da Inglaterra, Alemanha, Países Baixos, e menos intensamente, de Portugal e Espanha.
Espírito renascentista
O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista: humanista e clássico
O Renascimento está associado ao humanismo, o interesse crescente entre os académicos europeus pelos textos clássicos, em latim e em grego, dos períodos anteriores ao triunfo do Cristianismo na cultura europeia. No século XVI encontramos paralelamente ao interesse pela civilização clássica, um menosprezo pela Idade Média, associada a expressões como "barbarismo", "ignorância", "escuridão", "gótico", "noite de mil anos" ou "sombrio" (Bernard Cottret).
O seguinte extracto de Pantagruel (1532), de François Rabelais costuma ser citado para ilustrar o espírito do renascimento:
Todas as disciplinas são agora ressuscitadas, as línguas estabelecidas: Grego, sem o conhecimento do qual é uma vergonha alguém chamar-se erudito, Hebraico, Caldeu, Latim (...) O mundo inteiro está cheio de académicos, pedagogos altamente cultivados, bibliotecas muito ricas, de tal modo que me parece que nem nos tempos de Platão, de Cícero ou Papinianus, o estudo era tão confortável como o que se vê a nossa volta. (...) Eu vejo que os ladrões de rua, os carrascos, os empregados do estábulo hoje em dia são mais eruditos do que os doutores e pregadores do meu tempo.
Fases do Renascimento
Costuma-se dividir o Renascimento em três grandes fases, correspondentes aos séculos XIV ao XVI.
Trecento
O Trecento (em referência ao século XIV) manifesta-se predominantemente na Itália, mais especificamente na cidade de Florença, pólo político, econômico e cultural da região. Giotto, Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca estão entre seus representantes.
Características gerais: rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval - valorização do individualismo e dos detalhes humanos
Quattrocento
Durante o Quattrocento (século XV) o Renascimento espalha-se pela península itálica, atingindo seu auge. Neste período atuam Masaccio, Mantegna, Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael e, no seu final, Michelangelo (que já prenuncia certos ideais anti-clássicos utilizando-se da linguagem clássica, o que caracteriza o Maneirismo, a etapa final do Renascimento), considerados os três últimos o "trio sagrado" da Renascença.
Características gerais: inspiração greco-romana (paganismo e línguas clássicas), racionalismo, experimentalismo.
Cinquecento
O Renascimento torna-se no século XVI um movimento universal europeu, tendo, no entanto, iniciado sua decadência. Ocorrem as primeiras manifestações maneiristas e a Contra reforma instaura o Barroco como estilo oficial da Igreja Católica. Na literatura atuaram Ludovico Ariosto, Torquato Tasso e Nicolau Maquiavel. Já na pintura, continuam se destacando Rafael e Michelangelo.
Ideais do Renascimenento
Podem ser apontados como valores e ideais defendidos pelo Renascimento o Antropocentrismo,o Hedonismo, o Racionalismo,Otimismo, tratamento leigo dado a obras religiosas,a valorização do abstrato, expresso pelo matemático e por noções artísticas como proporção e profundidade, Individualismo e a introdução de novas técnicas artísticas, como a pintura a óleo.
Algumas das características dos principais do Renascimento podem ser vistas aqui :
Antropocentrismo
O antropocentrismo é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, tudo no universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem.
O termo tem duas aplicações principais. Por um lado, trata-se de um lugar comum na historiografia qualificar como antropocêntrica a cultura renascentista e moderna, em contraposição ao suposto teocentrismo da Idade Média. A transição da cultura medieval à moderna é freqüentemente vista como a passagem de uma perspectiva filosófica e cultural centrada em Deus a uma outra, centrada no homem – ainda que esse modelo tenha sido reiteradamente questionado por numerosos autores que buscaram mostrar a continuidade entre a perspectiva medieval e a renascentista.
Hedonismo
O hedonismo é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, na época pós-socrática, e um dos maiores defensores da doutrina foi Aristipo de Cirene. O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
Individualismo
É um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e liberdade do indivíduo frente a um grupo, especialmente à sociedade e ao Estado. Usualmente toma-se por base a liberdade no que concerne a propriedade privada e a limitação do poder do Estado. O individualismo em si opõe-se a toda forma de autoridade, ou controle sobre os indivíduos; e coloca-se como antítese do coletivismo. Conceituar o individualismo depende muito da noção de indivíduo, que varia ao longo da história humana, e de sociedade para sociedade.
Não se deve confundir o individualismo com o egoísmo. É compatível com o individualismo permanecer dentro de organizações, desde que o indivíduo e sua opinião seja preponderante.
Embora, na prática, geralmente exista uma relação inversa entre individualismo e o tamanho de um Estado ou organização.
Otimismo
Otimismo se caracteriza por ser uma forma de pensamento. É sinônimo de pensamento positivo, ou seja, uma pessoa otimista é uma pessoa que vê as coisas pelo lado bom. O otimismo é a posição contrária a do pessimismo.
No Renascimento ele significa poder fazer tudo sem nenhuma restrição e abertura ao novo.
Racionalismo
O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio que é a operação mental, discursiva e lógica. Este usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a idéia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo.
Artes
A obra renascentista tem, em geral, mais movimento que as figuras medievais anteriores.
Pintura do Renascimento
Arquitetura do Renascimento
Chama-se de Arquitetura do Renascimento ou renascentista àquela que foi produzida durante o período do Renascimento europeu, ou seja, basicamente, durante os séculos XIV, XV e XVI. Caracteriza-se por ser um momento de ruptura na História da Arquitetura em diversas esferas: nos meios de produção da arquitetura; na linguagem arquitetônica adotada e na sua teorização. Esta ruptura, que se manifesta a partir do Renascimento, caracteriza-se por uma nova atitude dos arquitectos em relação à sua arte, passando a assumirem-se cada vez mais como profissionais independentes, portadores de um estilo pessoal. Inspiram-se, contudo, na sua interpretação da Antiguidade Clássica e em sua vertente arquitetônica, considerados como os modelos perfeitos das Artes e da própria vida. É também um momento em que as artes manifestam um projeto de síntese e interdisciplinaridade bastante impactante, em que as Belas Artes não são consideradas como elementos independentes, subordinando-se à Arquitetura. A arquitetura do Renascimento está bastante comprometida com uma visão-de-mundo assente em dois pilares essenciais: o Classicismo e o Humanismo. Além disso, vale lembrar que, ainda que ela surja não totalmente desvinculada dos valores e hábitos medievais, os conceitos que estão por trás desta arquitetura são os de uma efetiva e consciente ruptura com a produção artística da Idade Média (em especial com o estilo gótico). Através do Classicismo, os homens do Renascimento encaravam o mundo greco-romano como um modelo para a sua sociedade contemporânea, buscando aplicar na realidade cotidiana aquilo que consideravam pertencer ao mundo das idéias. Neste sentido, a arquitectura passou a, cada vez mais, tentar concretizar conceitos clássicos como a Beleza, acreditando que a canonização e o ordenamento estabelecido pelos arquitectos da Antiguidade Clássica constituiam o caminho correto a ser seguido a fim de alcançar este mundo ideal. Sabendo que os valores clássicos, do ponto de vista do Cristianismo, dominante no período (e lembrando que o Renascimento surge na Itália, região da Europa onde a influência do Vaticano é a mais visível), eram considerados pagãos e objetos de pecado, o Renascimento também se caracterizou pela integração do projeto de mundo cristão com a visão de mundo clássica. A Natureza era vista como a criação máxima de Deus, o elemento mais próximo da perfeição (atingindo, portanto, o ideal de Perfeição procurado pela estética Clássica). Assim, a busca de inspiração nas formas da Natureza, tal qual propõe o Clássico, não só se justifica como passa a ser um valor em si mesmo.
Literatura do Renascimento
A literatura do Renascimento deu destaque à personalidade individual. Novas formas, como os ensaios e as biografias, tornaram-se importantes. A maior parte da literatura medieval fora escrita em Latim. Os escritores do Renascimento começaram a adotar línguas vernáculas, como o francês e o italiano.
Gastronomia
Servir refeições criativas e bonitas passou a ser uma obrigação. Foi quando começaram a aparecer livros de culinária. A carne de caça era coberta com molhos finos e as sopas, que podiam ser de cebola, de favas, peixe ou mostarda, viraram moda. Em fins do século XVI, cozinheiros e massageiros italianos espalharam-se pelo mundo, divulgando essa arte.
Propagação do Renascimento
Na Itália
A localização da Itália, às margens do Mar Mediterrâneo transformou o país em importante centro de comércio. Muitas cidades se tornaram ricas. Um nova classe média, com comerciantes e banqueiros, assumiu o poder. Esses homens encorajaram o desenvolvimento da arte e do saber.
Em Portugal
Os testemunhos mais reais da vida cultural nos meados do séc. XIV são as crónicas de Fernão Lopes, o Leal Conselheiro, o nascimento do estilo manuelino e a origem da escola de pintura portuguesa, que tem como obra mais notável o político das Janelas Verdes. São obras muito diferentes entre si, mas com características comuns: o sentido da complexidade e a originalidade. São manifestações portuguesas, e não adaptações de correntes estrangeiras. Pode, com base nelas, falar-se num renascimento quatrocentista português.
O número de livros não é grande, no século XV escreveu-se muito menos que no século XIV.
Movimento Anti-Renascentista ou Maneirismo
O Maneirismo ou Anti-Renascimento foi uma fase datada como a transição do Renascimento para o Barroco. Alguns historiadores preferem ver o Maneirismo não como uma fase mas sim como um estilo de arte; seu início é evidente quando o Renascimento entra em decadência. Já em busca de novas fontes de criação, muitos artistas apelam para o aperfeiçoamento de seus traços, uma característica evidente deste estilo, que mais tarde passa para o Barroco. Contudo, a Igreja se regenera e começa a ganhar espaço entre as artes daquele tempo, fazendo com que muitos trabalhos sejam inspirados na Igreja e em Deus, mas, mesmo assim, a figura do homem não foi descartada como o centro do pensamento. Com o fim do Renascimento, muitos artistas e escritores deixam de ser evidentes, pois o maneirismo, além de buscar formas perfeitas, tenta representar o mundo com estranhas formas e contrastes e de maneira pessimista. Muitas palavras e representações do Anti-Renascimento são feitas por meio de antíteses, paradoxos e metáforas, formas que escondem as representações do real por meio do irreal ou outras características.
Devido ao grande sucesso nos séculos XV e XVI, se originou posteriormente ao Anti-Renascimento o movimento Barroco, que se espalhou tardiamente à Europa. Depois, Pedro Álvares Pereira fez com que o espírito renascentista sobrevivesse por muito mais tempo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento
Leia Mais: SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. 16ª ed., São Paulo: Atual, 1994Renascimento (ou Renascença) foi um movimento cultural e simultaneamente um período da história europeia, considerado como um marco do final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Começou no século XIV na Itália e difundiu-se pela pela Europa no decorrer dos séculos XV e XVI.
Além de atingir a Filosofia, as Artes e as Ciências, o Renascimento fez parte de uma ampla gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo. Nesse sentido, o Renascimento pode ser entendido como um elemento de ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval.
O Renascimento Cultural manifestou-se primeiro nas cidades italianas, de onde se difundiu para todos os países da Europa Ocidental. Porém, o movimento apresentou maior expressão na Itália. Não obstante, é importante conhecer as manifestações renascentistas da Inglaterra, Alemanha, Países Baixos, e menos intensamente, de Portugal e Espanha.
Espírito renascentista
O homem vitruviano de Leonardo da Vinci sintetiza o ideário renascentista: humanista e clássico
O Renascimento está associado ao humanismo, o interesse crescente entre os académicos europeus pelos textos clássicos, em latim e em grego, dos períodos anteriores ao triunfo do Cristianismo na cultura europeia. No século XVI encontramos paralelamente ao interesse pela civilização clássica, um menosprezo pela Idade Média, associada a expressões como "barbarismo", "ignorância", "escuridão", "gótico", "noite de mil anos" ou "sombrio" (Bernard Cottret).
O seguinte extracto de Pantagruel (1532), de François Rabelais costuma ser citado para ilustrar o espírito do renascimento:
Todas as disciplinas são agora ressuscitadas, as línguas estabelecidas: Grego, sem o conhecimento do qual é uma vergonha alguém chamar-se erudito, Hebraico, Caldeu, Latim (...) O mundo inteiro está cheio de académicos, pedagogos altamente cultivados, bibliotecas muito ricas, de tal modo que me parece que nem nos tempos de Platão, de Cícero ou Papinianus, o estudo era tão confortável como o que se vê a nossa volta. (...) Eu vejo que os ladrões de rua, os carrascos, os empregados do estábulo hoje em dia são mais eruditos do que os doutores e pregadores do meu tempo.
Fases do Renascimento
Costuma-se dividir o Renascimento em três grandes fases, correspondentes aos séculos XIV ao XVI.
Trecento
O Trecento (em referência ao século XIV) manifesta-se predominantemente na Itália, mais especificamente na cidade de Florença, pólo político, econômico e cultural da região. Giotto, Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca estão entre seus representantes.
Características gerais: rompimento com o imobilismo e a hierarquia da pintura medieval - valorização do individualismo e dos detalhes humanos
Quattrocento
Durante o Quattrocento (século XV) o Renascimento espalha-se pela península itálica, atingindo seu auge. Neste período atuam Masaccio, Mantegna, Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael e, no seu final, Michelangelo (que já prenuncia certos ideais anti-clássicos utilizando-se da linguagem clássica, o que caracteriza o Maneirismo, a etapa final do Renascimento), considerados os três últimos o "trio sagrado" da Renascença.
Características gerais: inspiração greco-romana (paganismo e línguas clássicas), racionalismo, experimentalismo.
Cinquecento
O Renascimento torna-se no século XVI um movimento universal europeu, tendo, no entanto, iniciado sua decadência. Ocorrem as primeiras manifestações maneiristas e a Contra reforma instaura o Barroco como estilo oficial da Igreja Católica. Na literatura atuaram Ludovico Ariosto, Torquato Tasso e Nicolau Maquiavel. Já na pintura, continuam se destacando Rafael e Michelangelo.
Ideais do Renascimenento
Podem ser apontados como valores e ideais defendidos pelo Renascimento o Antropocentrismo,o Hedonismo, o Racionalismo,Otimismo, tratamento leigo dado a obras religiosas,a valorização do abstrato, expresso pelo matemático e por noções artísticas como proporção e profundidade, Individualismo e a introdução de novas técnicas artísticas, como a pintura a óleo.
Algumas das características dos principais do Renascimento podem ser vistas aqui :
Antropocentrismo
O antropocentrismo é uma concepção que considera que a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, tudo no universo deve ser avaliado de acordo com a sua relação com o homem.
O termo tem duas aplicações principais. Por um lado, trata-se de um lugar comum na historiografia qualificar como antropocêntrica a cultura renascentista e moderna, em contraposição ao suposto teocentrismo da Idade Média. A transição da cultura medieval à moderna é freqüentemente vista como a passagem de uma perspectiva filosófica e cultural centrada em Deus a uma outra, centrada no homem – ainda que esse modelo tenha sido reiteradamente questionado por numerosos autores que buscaram mostrar a continuidade entre a perspectiva medieval e a renascentista.
Hedonismo
O hedonismo é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer individual e imediato o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, na época pós-socrática, e um dos maiores defensores da doutrina foi Aristipo de Cirene. O hedonismo moderno procura fundamentar-se numa concepção mais ampla de prazer entendida como felicidade para o maior número de pessoas.
Individualismo
É um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e liberdade do indivíduo frente a um grupo, especialmente à sociedade e ao Estado. Usualmente toma-se por base a liberdade no que concerne a propriedade privada e a limitação do poder do Estado. O individualismo em si opõe-se a toda forma de autoridade, ou controle sobre os indivíduos; e coloca-se como antítese do coletivismo. Conceituar o individualismo depende muito da noção de indivíduo, que varia ao longo da história humana, e de sociedade para sociedade.
Não se deve confundir o individualismo com o egoísmo. É compatível com o individualismo permanecer dentro de organizações, desde que o indivíduo e sua opinião seja preponderante.
Embora, na prática, geralmente exista uma relação inversa entre individualismo e o tamanho de um Estado ou organização.
Otimismo
Otimismo se caracteriza por ser uma forma de pensamento. É sinônimo de pensamento positivo, ou seja, uma pessoa otimista é uma pessoa que vê as coisas pelo lado bom. O otimismo é a posição contrária a do pessimismo.
No Renascimento ele significa poder fazer tudo sem nenhuma restrição e abertura ao novo.
Racionalismo
O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio que é a operação mental, discursiva e lógica. Este usa uma ou mais proposições para extrair conclusões se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. Essa era a idéia central comum ao conjunto de doutrinas conhecidas tradicionalmente como racionalismo.
Artes
A obra renascentista tem, em geral, mais movimento que as figuras medievais anteriores.
Pintura do Renascimento
Arquitetura do Renascimento
Chama-se de Arquitetura do Renascimento ou renascentista àquela que foi produzida durante o período do Renascimento europeu, ou seja, basicamente, durante os séculos XIV, XV e XVI. Caracteriza-se por ser um momento de ruptura na História da Arquitetura em diversas esferas: nos meios de produção da arquitetura; na linguagem arquitetônica adotada e na sua teorização. Esta ruptura, que se manifesta a partir do Renascimento, caracteriza-se por uma nova atitude dos arquitectos em relação à sua arte, passando a assumirem-se cada vez mais como profissionais independentes, portadores de um estilo pessoal. Inspiram-se, contudo, na sua interpretação da Antiguidade Clássica e em sua vertente arquitetônica, considerados como os modelos perfeitos das Artes e da própria vida. É também um momento em que as artes manifestam um projeto de síntese e interdisciplinaridade bastante impactante, em que as Belas Artes não são consideradas como elementos independentes, subordinando-se à Arquitetura. A arquitetura do Renascimento está bastante comprometida com uma visão-de-mundo assente em dois pilares essenciais: o Classicismo e o Humanismo. Além disso, vale lembrar que, ainda que ela surja não totalmente desvinculada dos valores e hábitos medievais, os conceitos que estão por trás desta arquitetura são os de uma efetiva e consciente ruptura com a produção artística da Idade Média (em especial com o estilo gótico). Através do Classicismo, os homens do Renascimento encaravam o mundo greco-romano como um modelo para a sua sociedade contemporânea, buscando aplicar na realidade cotidiana aquilo que consideravam pertencer ao mundo das idéias. Neste sentido, a arquitectura passou a, cada vez mais, tentar concretizar conceitos clássicos como a Beleza, acreditando que a canonização e o ordenamento estabelecido pelos arquitectos da Antiguidade Clássica constituiam o caminho correto a ser seguido a fim de alcançar este mundo ideal. Sabendo que os valores clássicos, do ponto de vista do Cristianismo, dominante no período (e lembrando que o Renascimento surge na Itália, região da Europa onde a influência do Vaticano é a mais visível), eram considerados pagãos e objetos de pecado, o Renascimento também se caracterizou pela integração do projeto de mundo cristão com a visão de mundo clássica. A Natureza era vista como a criação máxima de Deus, o elemento mais próximo da perfeição (atingindo, portanto, o ideal de Perfeição procurado pela estética Clássica). Assim, a busca de inspiração nas formas da Natureza, tal qual propõe o Clássico, não só se justifica como passa a ser um valor em si mesmo.
Literatura do Renascimento
A literatura do Renascimento deu destaque à personalidade individual. Novas formas, como os ensaios e as biografias, tornaram-se importantes. A maior parte da literatura medieval fora escrita em Latim. Os escritores do Renascimento começaram a adotar línguas vernáculas, como o francês e o italiano.
Gastronomia
Servir refeições criativas e bonitas passou a ser uma obrigação. Foi quando começaram a aparecer livros de culinária. A carne de caça era coberta com molhos finos e as sopas, que podiam ser de cebola, de favas, peixe ou mostarda, viraram moda. Em fins do século XVI, cozinheiros e massageiros italianos espalharam-se pelo mundo, divulgando essa arte.
Propagação do Renascimento
Na Itália
A localização da Itália, às margens do Mar Mediterrâneo transformou o país em importante centro de comércio. Muitas cidades se tornaram ricas. Um nova classe média, com comerciantes e banqueiros, assumiu o poder. Esses homens encorajaram o desenvolvimento da arte e do saber.
Em Portugal
Os testemunhos mais reais da vida cultural nos meados do séc. XIV são as crónicas de Fernão Lopes, o Leal Conselheiro, o nascimento do estilo manuelino e a origem da escola de pintura portuguesa, que tem como obra mais notável o político das Janelas Verdes. São obras muito diferentes entre si, mas com características comuns: o sentido da complexidade e a originalidade. São manifestações portuguesas, e não adaptações de correntes estrangeiras. Pode, com base nelas, falar-se num renascimento quatrocentista português.
O número de livros não é grande, no século XV escreveu-se muito menos que no século XIV.
Movimento Anti-Renascentista ou Maneirismo
O Maneirismo ou Anti-Renascimento foi uma fase datada como a transição do Renascimento para o Barroco. Alguns historiadores preferem ver o Maneirismo não como uma fase mas sim como um estilo de arte; seu início é evidente quando o Renascimento entra em decadência. Já em busca de novas fontes de criação, muitos artistas apelam para o aperfeiçoamento de seus traços, uma característica evidente deste estilo, que mais tarde passa para o Barroco. Contudo, a Igreja se regenera e começa a ganhar espaço entre as artes daquele tempo, fazendo com que muitos trabalhos sejam inspirados na Igreja e em Deus, mas, mesmo assim, a figura do homem não foi descartada como o centro do pensamento. Com o fim do Renascimento, muitos artistas e escritores deixam de ser evidentes, pois o maneirismo, além de buscar formas perfeitas, tenta representar o mundo com estranhas formas e contrastes e de maneira pessimista. Muitas palavras e representações do Anti-Renascimento são feitas por meio de antíteses, paradoxos e metáforas, formas que escondem as representações do real por meio do irreal ou outras características.
Devido ao grande sucesso nos séculos XV e XVI, se originou posteriormente ao Anti-Renascimento o movimento Barroco, que se espalhou tardiamente à Europa. Depois, Pedro Álvares Pereira fez com que o espírito renascentista sobrevivesse por muito mais tempo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento
Questões
1- (FGV) “Nunca uma civilização dera tão grande lugar à pintura e à música, nem erguera ao céu tão altas cúpulas, nem levara ao nível da alta literatura tantas línguas nacionais encerradas em tão exíguo espaço. Nunca no passado da humanidade tinham surgido tantas invenções em tão pouco tempo. Pois o Renascimento foi, especialmente, progresso técnico; deu ao homem do Ocidente maior domínio sobre um mundo mais bem conhecido. Ensinou-lhe a atravessar os oceanos, a fabricar ferro fundido, a servir-se das armas de fogo, a contar as horas com um motor, a imprimir, a utilizar dia a dia a letra de câmbio e o seguro marítimo”. DELUMEAU, Jean, A Civilização do Renascimento, vol. 1, p. 23.
A respeito do Renascimento é correto afirmar:
a)O termo foi criado no século XVI por Giorgio Vasari e transmite uma visão depreciativa da cultura clássica e valorativa da cultura medieval.
b) As alterações culturais experimentadas durante o Renascimento limitaram-se a questões estéticas, completamente divorciadas das transformações sociais, políticas, religiosas e econômicas do período.
c) Cenas do Antigo Testamento, episódios da vida de Jesus, retratos de santos e mártires compunham os principais temas da arte renascentista, evidenciando uma perspectiva teocêntrica de valorização do sagrado.
d) A propagação da cultura renascentista esteve articulada ao impulso das atividades mercantis e ao desenvolvimento da imprensa, que possibilitou a difusão em maior escala das obras literárias.
e) O Renascimento desenvolveu-se após a expansão industrial européia e motivou uma atitude nostálgica com relação aos paraísos tropicais que passaram a ser retratados nas obras literárias, nas pinturas e nas composições musicais.
2- Ao estudar o Renascimento, o historiador Jean Delumeau considerou que o mesmo passa pela “crítica do pensamento clerical da Idade Média, pela recuperação demográfica, pelos progressos técnicos, pela aventura marítima, por uma estética nova, por um cristianismo reelaborado e rejuvenescido. O regresso às fontes da beleza, do saber e da religião foi apenas um meio de progredir”. (Jean Delumeau, A Civilização do Renascimento.)
A imagem mostrada nesse exercício deve ser relacionada a qual das alternativas?
a) Ao afresco A Escola de Atenas, de Rafael Sanzio, um dos mestres da pintura do Renascimento.
b) É aspecto da tela A Adoração do Cordeiro, do pintor Van Eyck, um dos grandes expoentes do Renascimento flamengo.
c) Ao afresco pintado por Ticiano, considerado como o grande artista de Veneza.
d) Ao pintor Giotto, considerado um dos precursores da pintura renascentista e ao seu renomado trabalho Cenas da Vida de Cristo.
e) Ao trabalho de Michelangelo, conhecido como Juízo Final, afresco pintado na Capela Sistina.
3- (MACK) Muitos artistas e filósofos do Re-nascimento escreveram sobre a natureza e o seu valor para a arte, mas nenhum foi tão bom observador como Leonardo da Vinci. A prova, tanto da sua curiosidade insaciável como de seu entendimento profundo da natureza, pode encontrar-se nos seus muitos desenhos e livros de notas.
Dentre as principais características do movimento denominado Renascimento Cultural, encontradas nas obras de Leonardo da Vinci, podemos destacar:
a) o bidimensionalismo estético e a desvalorização do ser humano.
b) o naturalismo e o geocentrismo.
c) o antropocentrismo e o humanismo.
d) o teocentrismo e o uso de conceitos irracionais abstratos.
e) a arte humanista e a ausência da perspectiva linear.
4- (UNICAMP) Para as artes visuais florescerem no Renascimento era preciso um ambiente urbano. Nos séculos XV e XVI, as regiões mais altamente urbanizadas da Europa Ocidental localizavam-se na Itália e nos Países Baixos, e essas foram as regiões de onde veio grande parte dos artistas. (Adaptado de Peter Burke, O Renascimento Italiano.SãoPaulo:NovaAlexandria, 1999, p. 64).
a) Cite duas características do Renascimento.
b) De que maneiras o ambiente urbano propiciou a emergência desse movimento artístico e cultural?
c) Por que as regiões mencionadas no texto eram as mais urbanizadas da Europa nos séculos XV e XVI?
5- (VUNESP) Um peso colossal de estupidez esmagou o espírito humano. A pavorosa aventura da Idade Média, essa interrupção de mil anos na História da civilização. (Ernest Renan. Reminiscências da infância e da mocidade, 1883.)
a) Explique a origem, no Renascimento, do termo Idade Média.
b) Forneça dois exemplos de natureza cultural que contradizem o juízo do autor sobre o período medieval.
6- “As ordens já são mandadas, já se apressam os meirinhos. Entram por salas e alcovas, relatam roupas e livros: (...) Compêndios e dicionários, e tratados eruditos sobre povos, sobre reinos, sobre invenções e Concílios... E as sugestões perigosas da França e Estados Unidos, Mably, Voltaire e outros tantos, que são todos libertinos...” (Cecília Meireles, “Romance XLVII ou Dos Seqüestros”, Romanceiro da Inconfidência.)
A referência “Compêndios e dicionários, / e tratados eruditos” no século XVIII nos sugere uma clara valorização do conhecimento científico, postura que também se verifica no período conhecido como Renascimento. Contribuíram para eclosão deste amplo movimento cultural na Europa:
a) a unificação da Itália e o enfraquecimento da Igreja Católica.
b) as descobertas científicas e a revolução industrial na Inglaterra.
c) o fortalecimento das burguesias e o desenvolvimento dos centros urbanos.
d) a Contra-Reforma e a fragmentação do poder político dos soberanos.
e) a expansão marítima e a hegemonia árabe na península Ibérica.
7- A arte do Renascimento é chamada de:
a) barroca, e se inspira no gótico e no românico.
b) romântica, e se inspira na natureza.
c) maneirista, e se inspira na objetividade.
d) realista, e se inspira na subjetividade.
e) clássica, e se inspira no mundo greco-romano.
8- Em 1566, Copérnico anunciava, em sua obra Sobre as revoluções das órbitas celestes:
“[...] no primeiro livro descrevo todas as posições dos astros, assim como os movimentos que atribuo à Terra, a fim de que este livro narre a constituição geral do Universo”. (Adaptado de José Gaos, História de nuestra idea del mundo. Fondo de Cultura Económica, 1992, p. 146.)
a) Em que a obra de Copérnico significou uma revolução na forma como se via o mundo comparada à da Idade Média?
b) Como o telescópio, inventado por Galileu em 1610, ajudava a confirmar as teses de Copérnico?
c) Relacione o estudo da astronomia com as grandes navegações desse período.
9- No campo científico e matemático, o processo da investigação racional percorreu um longo caminho. Os Elementos de Euclides, a descoberta de Arquimedes sobre a gravidade, o cálculo por
Eratóstenes do diâmetro da terra com um erro de apenas algumas centenas de quilômetros do número exato, todos esses feitos, não seriam igualados na Europa durante 1500 anos”.
Moses I. Finley. Os gregos antigos
O período a que se refere o historiador Finley, para a retomada do desenvolvimento científico, corresponde
a) ao Helenismo, que facilitou a incorporação das ciências persa e hindu às de origem grega.
b) à criação das universidades nas cidades da Idade Média, onde se desenvolveram as teorias escolásticas.
c) ao apogeu do Império Bizantino, quando se incentivou a condensação da produção dos autores gregos.
d) à expansão marítimo-comercial e ao Renascimento, quando se lançaram as bases da ciência moderna.
e) ao desenvolvimento da Revolução Industrial na Inglaterra, que conseguiu separar a técnica da ciência.
10- Valendo-se de seus conhecimentos sobre o renascimento, responda:
a) Onde surgiram as primeiras manifestações renascentistas? Justifique sua resposta.
b) Explique quem eram os mecenas e qual a importância destes para o Renascimento.
11- Durante o Renascimento, houve um notável desenvolvimento da produção literária, além das artes plásticas. Indique a alternativa em que obra e autor estão corretos: (1,0 ponto)
a) O Príncipe - Shakespeare
b) Dom Quixote - Miguel de Cervantes
c) Os Lusíadas - Erasmo de Rotterdan
d) Hamlet - Dante Alighieri
e) Utopia - François Rabelais
12- As principais características do Renascimento foram: (1,0 ponto)
a) teocentrismo, realismo e intensa espiritualidade;
b) romantismo, espírito crítico em relação à política, temas de inspiração exclusivamente naturalistas;
c) ausência de perspectiva e adoção de temas do cotidiano religioso, tendo como foco apenas os valores espirituais;
d) uso de temas ecológicos evidenciando a preocupação com o meio ambiente, execução de variados retratos de personalidades da época.
e) antropocentrismo, humanismo e inspiração greco-romana.
13- "Que obra de arte é o homem: tão nobre no raciocínio, tão vário na capacidade; em forma o movimento, tão preciso e admirável; na ação é como um anjo; no entendimento é como um Deus; a beleza do mundo, o exemplo dos animais."
(SHAKESPEARE, William. HAMLET.)
O valor renascentista expresso nesse texto é (1,0 ponto)
a) o cientificismo.
b) o hedonismo.
c) o humanismo.
d) o individualismo.
e) o racionalismo.
14- "Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, sem dúvida o livro. Os demais são extensão do seu corpo... Mas o livro é outra coisa, o livro é um extensão da memória e da imaginação." Jorge Luís Borges - El Libro
“A imprensa virou tudo de pernas para o ar, visto que, ao baratear o custo da edição do livro, tornou possível a que milhões de pessoas pudessem usufruir do seus conteúdos. Isto mudou para sempre a vida na Terra”. Fonte: http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2004/10/29/000.htm
Valendo-se dos artifícios acima, responda:
a) Quem inventou a imprensa?
b) Como a imprensa contribuiu para o renascentismo?
15- (FGV) A revolução cultural renascentista expressa um conjunto de mutações históricas. Esclareça a importância das cidades e dos mecenas para o Renascimento na Itália.
16- Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis pois que "os fins justificam os meios." Professou suas idéias na famosa obra:
a) "Leviatã"
b) "Do Direito da Paz e da Guerra"
c) "República"
d) "O Príncipe"
e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras"
17- ( UNICAMP) "Renascimento é o nome dado a um movimento cultural italiano e às suas repercussões em outros países. Caracteriza-se pela busca da harmonia e do equilíbrio nas artes e na arquitetura acrescentando aos temas cristãos medievais outros temas inspirados na mitologia e na vida cotidiana."
(DICIONÁRIO DO RENASCIMENTO ITALIANO, Zahar Editores, 1988)
Em que momento da história européia se situa esse movimento e qual a principal fonte de inspiração para os intelectuais e artistas renascentistas?